UM PASSEIO NA GRAMÁTICA

Seria maravilhoso
Se todos pudessem ver
Como é interessante,
Todo povo radiante
Caminhando glorioso
Pela estrada do saber.

O assunto escolhido
É uma história fantástica,
Um tipo de travessura
Onde tive a ventura
De ver tudo colorido
Passeando na gramática.

Concentrei-me na imagem
Da fada Sabedoria
Que me deixou fascinada.
Fiz viagem engraçada
Numa bela carruagem
Curtindo tanta alegria.

A fada me disse também
Que quem gosta de estudar
Terá na vida sucesso;
Mostrando que o progresso
É grande força do bem
Pra quem vai se educar.

Conheci tantas pessoas
Que falavam bem correto
Nosso lindo português;
Neste assunto tive vez
Porque eram lições boas
Daquele povo discreto.

As palavras eram gente
Que sabia trabalhar,
Cada qual numa função;
Fizeram reunião
Onde eu me fiz presente,
Podendo participar.

Foi então que entendi
Que no nosso idioma
Há dez classes de palavras,
Ninguém ali era escrivã
E portanto percebi
Que não havia mandona.

Seis classes são variáveis,
Depende do momento
Da frase em construção;
Fizeram apresentação
Das quatro invariáveis
Com este lindo pensamento.

Vimos o Substantivo
Dar pra tudo, enfim, o nome.
Todo bicho era comum,
Brincando com cada um,
No seu gesto criativo
Chamava todos assim.

E este mesmo artista
Mostrou-me o que era próprio
Indicando as pessoas;
E muitas cidades boas
Estraram para esta lista
Através do telescópio.

O Artigo é genial
Com seu traje de mordomo;
Falou com o Substantivo,
Num gesto definitivo
Mostrava com um sinal
Que o “O” é masculino.

Indefinido ficou
Quando “Uma” apareceu
Com um lacinho de fita.
- Uma moça tão bonita!
Assim ele nos falou
Naquele jeitinho seu.


O Pronome se conforma
Representando o nome
Pra este não repetir.
Nisso posso garantir
Que “ele” não e transforma
E também não se consome.

Ele é pessoal
E relativo também;
Quando fica indefinido,
A todos diz: - Duvido
Que o nosso capital
Seja igual ao de “Alguém”.

O Numeral era forte
E número representava,
No mundo gramatical.
Ordinal e cardinal
Andavam de sul a norte
Quando ele nos falava.

- Dou ideia de fração
Quando quero dividir
A merenda da escola.
Pulo, grito, jogo bola,
Peço multiplicação
Para a mente evoluir.


O Adjetivo pintava
Nas cores da natureza
O rostinho das palavras.
Ao Substantivo mostrava
E para ele já deixava,
O valor de tal proeza.

O Verbo é publicista
E vive para informar
A todos, qualquer ação;
Faz isso com perfeição,
Às vezes é analista
Quando ouve trovejar.

O Advérbio é criativo
Sempre faz alteração
No coitadinho do verbo,
Modificando a si próprio;
Pegou o adjetivo
E lhe deu transformação.

Preposição é a ponte
“Sobre” o rio das palavras,
Ligando-as em suas portas,
Transformadas em compostas,
Quem não for obediente,
Vendo isso, se comporta.


Conjunção é alfinete
De pontinha afiada
Que liga as orações,
Coordena reuniões,
No período faz piquete
Quando é subordinado.

Interjeição é pirada
Pois foge do pensamento
Em qualquer ocasião.
“Oh!” quanta piração!
Até parece piada
Revelar um sentimento.

O que contei a vocês
Nestes meus humildes versos
É pura realidade;
E quem gostar, de verdade,
De estudar português,
Há de ter muito sucesso.



Amábilis Rodrigues