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AS DUNAS E O SÁBIO

AS DUNAS E O SÁBIO
Tomeu Prindilí era um filhote muito respeitado no meio em que vivia.
Há certos momentos ele sentia-se envaidecido com os inúmeros elogios que recebia.
Certa noite após uma serie de leitura e reflexões adormeceu e sonhou que estava caminhando a pés por uma estrada deserta. Em certo trecho da via, Prindilí foi surpreendido por um furacão que o transportou dali para um lugar imenso, todo cercado por dunas de cores variadas.
No primeiro momento ficou deslumbrado com a beleza do lugar.
Sentado no chão concentrou-se e interrogando-se queria saber o nome daquele lugar tão agradável. Instantes após, uma voz suave trazida na aza branda da brisa respondeu-lhe a pergunta dessa maneira:
- Tomeu Prindilí estais nos arredores do país do saber.
Ouvindo aquilo, o filósofo ergueu-se e num gesto de ansiedade e assim falou:
- De quem é essa Voz tão mágica que me dá informação tão preciosa?
A voz da brisa então murmurou:
- Eu sou a evolução.
Ouvindo aquilo, Prindilí mais eufórico ainda, disse:
- O bendita evolução o que é necessário para entrar neste maravilhoso país? Desde que tomei razão de minha existência que busco atingir a total sabedoria e somente agora me surge esta oportunidade.
Sorrindo a evolução retrucou-lhe.
- Realmente Prindili, sou testemunha do teu imenso desejo e por tamanho esforço que vens demonstrando, és merecedor de saber o caminho que deves seguir para chegar onde almejas.
As portas da sabedoria estão além desta duna mais alta. Para atingi-la é necessário escalar e chegando ao cume certamente hás de realizar o tão almejado objetivo de vida.
Dizendo aquilo, a brisa parou de soprar e a voz silenciou.
Prindili que estava acostumado a longas caminhadas, achou que seria fácil escalar aquela duna de alguns metros de altura.
No ímpeto de conquistar logo o que pretendia, o filósofo precipitou-se correndo para a duna e logo nos primeiros arrancos ia sentindo a areia escorregando em seus pés sem que conseguisse atingir um só palmo em sua escalada.
Durante várias horas Prindili debatia-se com a areia, que a todo movimento que ele fazia, se aprofundavam mais e mais.
As horas foram correndo e já bastante cansado, aquele homem sentou-se e como sentia-se sozinho procurava em vão algum vivente com quem pudesse trocar pelo menos um olhar.
Não muito distante de si, viu um carreiro de minúsculas formigas que escalavam a duna com imensa facilidade. Acompanhou com a vista e viu que a imensa fila de insetos já atingia o pico da enorme elevação.
Naquele momento, Prindili sentiu-se muito triste e começou chorar de desespero. Sua dor não foi maior, porque logo despertou.
Amábilis Rodrigues
Enviado por Amábilis Rodrigues em 07/07/2013
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